Se alguém já preferiu pagar mais caro por um produto só por confiar na marca, mesmo diante de opções aparentemente idênticas e mais baratas na prateleira, presenciou o chamado Pricing Power em ação. Esse fenômeno vai muito além de estratégias pontuais de precificação: ele é fruto de uma construção contínua de valor e percepção, baseada em branding e marketing bem executados. Mas, afinal, por que algumas empresas conseguem elevar preços sem que seus clientes desapareçam?
Marcas fortes criam vínculos que resistem ao preço.
Neste artigo, será abordado o conceito de Pricing Power de maneira simples e esclarecedora, trazendo dados relevantes – inclusive da Bloomberg e da Kantar – para mostrar como e por que as marcas mais valiosas conseguem proteger margens e crescer mesmo em contextos de crise ou alta inflação. Serão reveladas análises de mercado, exemplos práticos e até mesmo um estudo de caso que ganhou destaque internacional. Além disso, será explorado como medir e comprovar esse poder junto ao financeiro, baseando decisões não só em intuição, mas principalmente em números e resultados concretos.
O time da youD, especialista em branding e estratégias digitais, compartilha neste conteúdo uma jornada pelo universo do Pricing Power, mostrando que não se trata de sorte, e sim de método e visão. Se a meta é proteger receitas, aumentar margens e reduzir o impacto do sobe-e-desce do mercado, a resposta pode estar na capacidade de cobrança, sustentada por marca forte.
O que é Pricing Power: definição que cabe no bolso e na cabeça
Pricing Power é a capacidade que uma marca possui de aumentar seus preços sem perder clientes de forma relevante. Parece simples? Teste em mercados reais e veja como é raro. Não é só sobre estipular valores mais altos; é sobre perceber o quanto o consumidor aceita pagar porque acredita no diferencial de qualidade, na promessa entregue e na confiança construída ao longo do tempo.
O termo ganhou fama mundial por declarações de Warren Buffett. O investidor afirma que, ao avaliar qualquer negócio, procura essa característica acima de todas as outras. Sua frase clássica ilustra bem o conceito:
O melhor negócio é aquele que tem o poder de aumentar preços sem perder clientes.
Para Buffett, se uma empresa consegue subir seus preços em 10% sem perder vendas, ela está no caminho certo para ser um excelente investimento. Isso significa independência em relação a custos, inflação e promoções. Negócios assim são resilientes, sustentáveis e lucrativos.
Na prática: exemplos do dia a dia
- Pessoas pagam mais por um smartphone de marca consolidada, mesmo que um modelo similar, de marca genérica, custe muito menos.
- Consumidores escolhem restaurantes famosos e pagam mais pelo mesmo prato servido em estabelecimentos comuns.
- No vestuário, opções premium elevam preços sem medo de perder compradores fiéis.
Em todos estes exemplos, a força da marca reduz a sensibilidade ao preço e cria uma espécie de “escudo” contra a concorrência baseada apenas em valor baixo.
Por que Pricing Power virou debate mundial? Os números da Bloomberg e o papel das crises
O mundo dos negócios acordou, especialmente depois de 2020, para a importância do Pricing Power. Em ambientes de inflação alta, oscilações econômicas e consumidores mais cautelosos, empresas capazes de reajustar preços sem perder clientes passaram a ser cada vez mais valorizadas nos mercados financeiros.
Segundo análise destacada pela Bloomberg (https://www.bloomberg.com/opinion/articles/2023-02-16/pricing-power-has-never-been-more-important), menções ao Poder de Precificação de empresas bateram recordes em comunicados de resultados, especialmente nos anos pós-pandemia e durante picos inflacionários recentes. Investidores e gestores começaram a buscar negócios capazes de conservar margem mesmo em cenários adversos.

O resultado não surpreende: o índice das 50 empresas americanas com maior Pricing Power superou consideravelmente o mercado geral nos últimos 15 anos. Em períodos como 2008 e 2020, quando recessão e pandemia mexeram com a confiança do consumidor, esses negócios perderam menos fatia de mercado e protegeram suas margens. Foram menos sujeitos à guerra de preços e à corrosão do lucro.
Por que marcas aceitas cobram mais e perdem menos clientes?
O preço é, ao mesmo tempo, uma barreira e uma declaração de valor. Sempre haverá opções baratas no mercado, mas a maioria das pessoas não busca apenas economia. Elas querem segurança, pertencimento e identificação. Marcas fortes entregam esses atributos quase como “bônus invisíveis” incluídos no preço.
Dados da Kantar revelam que marcas com alto Pricing Power cobram até o dobro das concorrentes mais fracas, justamente porque a percepção de valor vai além do produto em si e toca fatores de exclusividade, liderança e confiança.
Pessoas pagam pela marca porque ela faz sentido para elas.
Os pilares da disposição a pagar mais:
- Confiança: o histórico da marca reduz medo de arrependimento.
- Exclusividade: ser diferente – não só melhor – permite premiumização.
- Relevância: marcas que se conectam genuinamente com o público justificam preço alto.
- Consistência: entrega sempre igual, independente da concorrência ou época.
Esses fatores são turbinados por estratégias sólidas de branding, como exemplifica a abordagem da youD em campanhas personalizadas.
Elasticidade-preço: quando o consumidor sente o peso do preço?
Elasticidade-preço é o quanto a demanda por um produto varia diante de mudanças no preço. Produtos considerados “commodities”, com pouca diferenciação, costumam ter elasticidade alta – basta o preço subir que os consumidores mudam de marca. Já produtos de marcas fortes têm elasticidade menor, ou seja, o consumidor aceita pagar mais sem migrar.
Marca forte = preço firme.
A redução da elasticidade-preço é o principal efeito financeiro do investimento em branding. Quando menos pessoas trocam sua marca preferida mesmo com aumentos de preço moderados, a empresa conquista poder real de cobrança.
O que dizem estudos brasileiros?
- A demanda por cigarros lícitos no Brasil se mostra sensível ao preço: um aumento resulta em queda proporcional no consumo. Mesmo assim, marcas líderes conseguem minimizar esse efeito, sustentadas por branding e relacionamentos.
- Produtos tradicionais de supermercado, como hambúrguer e requeijão, apresentam elasticidade alta. Um pequeno aumento de preço pode afastar parte significativa dos consumidores se a diferenciação não estiver clara.
- Veículos premium, por outro lado, mostram elasticidade menor, justamente pelo prestígio das marcas e seu apelo aspiracional.
Ou seja, o poder de preço está diretamente ligado ao valor subjetivo criado pela marca, não só à utilidade prática do produto.
Branding e Pricing Power: um casamento duradouro
O investimento em branding não serve apenas para agradar o marketing, mas também para fortalecer índices que interessam – e muito – ao departamento financeiro e à liderança. O trabalho consistente sobre percepção, diferenciação e lembrança impulsiona exatamente os pilares que sustentam o Pricing Power.

Um dos exemplos mais icônicos é da LVMH. O grupo sustenta preços muito acima dos concorrentes justamente porque o branding consolidou símbolos de status, tradição e qualidade. A margem é consequência da marca construída, não de custos ou tecnologia sozinhos.
Segundo as análises da Kantar, três fatores concentram o efeito do branding sobre Pricing Power:
- Reconhecimento instantâneo – ser lembrado facilmente em meio ao excesso de informações.
- Desejo aspiracional – as pessoas querem pertencer àquele universo, mesmo a preços elevados.
- Prova social – ver pessoas influentes ou formadores de opinião escolhendo a mesma marca.
Tudo isso reduz a elasticidade-preço e prepara terreno para aumentos sem perda de base.
Medição e comprovação: como provar impacto do branding no valor do Pricing Power?
É comum a área financeira pedir justificativas racionais para decisões de marketing. Nada mais justo. Felizmente, existe um arsenal de métricas e ferramentas que comprovam o efeito do branding na capacidade de cobrar mais – e perder menos clientes.
Ferramentas financeiras para medir Pricing Power
- Elasticidade-preço: Mede a variação percentual da demanda diante de uma alteração percentual no preço. Quanto menor esse número, maior o Pricing Power. Em muitos setores, é possível encontrar dados históricos ou fazer testes controlados para verificar como diferentes públicos reagem a aumentos de preço.
- Marketing Mix Modeling (MMM): Modelos estatísticos que conectam vendas, investimentos em marca, mídias e preços, isolando o efeito incremental do branding sobre receitas e lucros.
- Geo-experimentos e testes A/B de preço: Aplicação de variações regionais (ou por canais) em preços, enquanto mantém outros fatores constantes, torna possível medir direta e praticamente o impacto da marca sobre a disposição a pagar.
Trata-se de construir convicção, dentro da empresa, de que branding não é “só imagem”, mas transformador real da rentabilidade.
Case McCain: elasticidade-preço, base de vendas e lucratividade com reconhecimento internacional
Um dos exemplos mais celebrados da última década sobre Pricing Power e branding está na trajetória recente da McCain, uma tradicional indústria alimentícia. O estudo, premiado no IPA Effectiveness Award 2024, mostra o impacto do trabalho consistente de marca em métricas absolutamente financeiras e tangíveis.

- Redução de 47% na elasticidade-preço ao longo de 9 anos.
- Base de vendas cresceu 44% no mesmo período, sem depender de promoções.
- O lucro líquido adicional foi de £26 milhões, reflexo direto da proteção de margens.
A grande diferença? O investimento constante em branding aumentou a confiança do consumidor, tornando-o menos sensível aos reajustes e fortalecendo a marca mesmo em um mercado altamente competitivo.
Para quem apresenta esses dados à diretoria, o efeito é prático: aumentos de preço não drenaram volume ou market share, ao contrário de categorias comoditizadas que veem vendas caírem assim que o preço sobe. Branding sustentou a demanda e turbinou a margem.
Como comunicar o valor do Pricing Power para o financeiro?
Muitas vezes, o maior desafio não está em convencer o consumidor, mas sim o próprio departamento financeiro sobre os retornos do branding. Para transpor esse obstáculo, é necessário argumentar com dados pragmáticos, conectando ações de marketing a resultados concretos.
- Mostre que a proteção de margem evita a erosão dos lucros em cenários de crise.
- Apresente evidências de que marcas fortes sobrevivem melhor a ciclos econômicos desfavoráveis.
- Destaque o ROI incremental do branding, não apenas aumento de vendas, mas redução da elasticidade-preço e queda no custo promocional.
O custo de não investir em marca pode ser muito maior do que qualquer orçamento de branding, pois a empresa tende a perder poder de preço e a entrar em guerras de desconto.
Construção sustentável: Pricing Power não nasce do dia para a noite
Se existe um grande equívoco em estratégias empresariais é o de tratar Pricing Power como resultado de uma campanha isolada. Construir marca é um processo, não um “evento”.
Pricing Power é uma colheita – o plantio é branding constante.
Empresas que investem de forma consistente em marketing, como propõe a youD, criam diferenciais verdadeiros e duradouros. Essas decisões blindam o negócio das oscilações externas e posicionam o preço como expressão de valor, não mero número em uma etiqueta.
Quem ainda acredita que branding é luxo ou “perfumaria”, provavelmente nunca vivenciou um cenário de inflação alta, choque de demanda ou competição predatória. As empresas sobreviventes são aquelas capazes de manter margens mesmo com a pressão do mercado.
Vale conferir conteúdos sobre branding e marketing digital para aprofundar temas de construção de marca, além de acompanhar tendências do universo digital.
Construindo Pricing Power na prática: sugestões e caminhos
O caminho pode ser resumido em três pilares integrados:
- Investimento em branding: Definir propósito, fortalecer identidade visual e verbal, criar conexão emocional com o público.
- Consistência nas entregas: Garantir qualidade, experiência uniforme em todos os canais e discursos alinhados.
- Gestão baseada em dados: Medir elasticidade-preço, analisar resultados de marketing e ajustar estratégias para proteger margens e público.
O conteúdo de exemplo prático de branding e dicas de estratégias digitais pode apoiar os primeiros passos nessa direção.
Conclusão: Marketing forte gera Pricing Power e receita sustentável
Ao final dessa análise, uma lição ganha destaque: marcas fortes geram mais lucro porque tornam seus clientes menos sensíveis ao preço, mesmo diante de crises. O Pricing Power é construído passo a passo, por meio de branding, experiência consistente e investimento em marketing. Negócios que ignoram essa lógica podem até sobreviver, mas dificilmente prosperarão em longo prazo.
Quem investe em marca, torna seu preço uma escolha – não um problema.
A youD acredita e comprova, com cada campanha, que presença digital forte e relevante transforma percepção em resultados. Se a empresa busca crescer sem depender de promoções ou sacrificar margens, o ponto de partida é repensar como investir na construção de marca e no fortalecimento do Pricing Power.
Agende sua consultoria gratuita com o time da youD e descubra, na prática, como transformar audiência em valor real para sua marca e faturamento.
Perguntas frequentes sobre Pricing Power
O que é pricing power?
Pricing Power é a capacidade de uma marca aumentar seus preços sem perder clientes de forma significativa. Isso acontece porque o consumidor vê mais valor, confia e diferencia a marca em relação às demais. Quanto mais forte a marca, menor a elasticidade-preço, tornando os ajustes mais efetivos e lucrativos.
Como marcas ganham mais poder de preço?
Marcas ganham poder de preço investindo em branding, desenvolvendo diferenciais reais percebidos pelo público e garantindo consistência em suas entregas. Estratégias de marketing digital, como as promovidas pela youD, ajudam a criar vínculos emocionais, aumentar o reconhecimento e justificar preços mais elevados sem prejudicar o volume de vendas.
Por que marcas fortes perdem menos clientes?
Marcas fortes criam relações de confiança e identificam seu público, tornando-o menos propenso a trocar por opções mais baratas diante de variações de preço. O consumidor sente que recebe algo único – não apenas um produto ou serviço, mas símbolo, prestígio, segurança e até pertencimento, o que reduz o impacto de eventuais aumentos de preço.
Vale a pena investir em branding?
Sim, pois o branding reduz a elasticidade-preço, aumenta margens e sustenta o crescimento de longo prazo. Além disso, ele protege o negócio de crises e variações econômicas. Medidas como elasticidade-preço, ROI incremental e evolução de margens comprovam o retorno do investimento em marca.
Como definir preços para produtos premium?
Para produtos premium, é essencial aplicar preços coerentes com a percepção de exclusividade e valor agregado, mas também testar diferentes faixas para entender o limite da disposição de pagamento do público. Ferramentas como Marketing Mix Modeling e testes regionais apontam os melhores caminhos, enquanto o investimento sólido em imagem garante sustentação dos valores praticados.